Diário de uma estagiária de Radiologia

Olá Pessoal, analisando o blog eu me dei conta que nunca contei meu dia-a-dia como estagiária, levando em consideração que esse é um blog para estudantes, e eu como democrática que sou sempre abri oportunidades para os leitores colaborarem com postagens, porém em anos de existência ninguém teve capacidade de mandar algum artigo, ou alguma experiência vivida no estágio ou em sala de aula, ou mesmo na profissão.

Primeiro que esse Blog foi criado para ajudar ao próximo, mas pelo visto as pessoas só querem ser ajudadas, depois reclamam que o universo não devolve nada de bom pra elas. Por isso repito pessoal se vocês leitores tem alguma experiência ou desabafo à cerca da área podem escrever para o Blog, eu colocarei os seus créditos na postagem. Ou deixem nas partes dos comentários sua expectativas, angústias, vivências, etc, que é mais simples do que passar um email ou preencher um formulário de contato.

Vou falar sobre meu primeiro dia de estágio, que foi exatamente no feriado de Corpus Christi, num Hospital radiológica particular muito conhecida na zona norte. Vou preservar nomes, pois não quero ter problemas futuramente e nem quero prejudicar ninguém.


Bom, eu consegui esse estágio na cara e na coragem mesmo, fui lá bati na porta da sala de RX e deixei meu curriculo quase implorando pra ser contratada. Fui chamada uma semana depois, por isso se você esta em algum curso de radiologia e ainda não conseguiu estágio, ou que conseguiu através do convênio do seu curso e está insatisfeita, a dica é, seja cara de pau, às vezes funciona.

O Hospital não oferecia nenhum beneficio, não dava refeição, não fornecia passagem, não tinha lanchinho, não dava ajuda de custo, nadica. Ah não ser o conhecimento, a aplicação correta das incidências, posicionar o paciente corretamente, identificar o que o doutor pedir, etc.

Primeiro dia foi tenso, nunca tinha praticado nada, porque o curso que eu fazia não tinha laboratório.
E a sala de espera estava lotadaaaaaaaaa. Minha primeira função designada por um outro estagiário mais antigo que sabia muito mesmo, ele estava ali há 1 ano e fazia praticamente tudo sozinho.
Ele me designou a ir na sala de espera e ir chamando os pacientes, conduzia o paciente até a sala de RX e observava atentamente como era feito o procedimento, ele explicava tudo bem detalhado, ele era muito paciente e profissional.

Eu levei 1 mês para começar a fazer os exames sozinha e sem supervisão. Mas o primeiro dia que fiquei sozinha tive que respirar fundo e praticar a paciência absurdamente.

Assim que cheguei tinha uma patricinha na sala de espera que tinha caído de moto com o boyzinho dela.
Peguei a ficha dela e chamei a paciente para o exame, era um raio X de Joelho, fácil, belezinha.
Mas assim que ela entrou na sala de exames começou a falar alto, reclamar dizendo que era um absurdo aquela demora, que pagava plano de saúde para ser atendida rápido, que estava na recepção há 20 minutos, que eu devia ser mais profissional e chamá-la com prioridade pois ela tinha caído da moto, a bacaninha escrotinha só faltou enfiar o dedo na minha cara, e falava cada vez mais alto.

A vontade era de dar uma voadora nela, mas o profissionalismo tem que falar mais alto.
Então expliquei pausadamente que tinha 3 pessoas na frente dela e as fichas eram por ordem de chegada e não havia um sistema prioritário. Que eu iria efetuar o exame e que ela seria prontamente diagnosticada pelo médico.

Ela fez cara de nojo e desdém e me deixou posicioná-la para o exame.

Mas eu confesso que tive vontade de dar uma resposta atravessada. Mas no final eu seria a prejudicada. Então pessoal procurem abstrair nessas situações. Tem gente que vai provocar vocês de propósito. Não caiam na pilha.

Continua...